G1 Auto Esporte – Carro quando quebra ‘do nada’ e, para piorar, no meio da rua, é um apuro tanto para quem dirige quanto para quem enfrenta o trânsito causado por ele. O Sindicato da Indústria da Reparação de Veículos (Sindirepa) levantou os principais causadores de paradas indesejadas: sistema de arrefecimento, pane elétrica, embreagem desgastada e deficiência de lubrificação no motor.
O G1 consultou especialistas para explicar o que causa cada um desses problemas e esclarecer o que deve ser feito. Em geral, a manutenção preventiva evita tais panes, mas, no dia a dia, o motorista deve ficar atento aos “sintomas” do automóvel e ao modo como dirige.
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Eletrônicos podem causar pane elétrica (Foto: Divulgação) |
Embreagem
O primeiro problema e o que menos preocupa o condutor é a embreagem. O tempo de uso em trânsito pesado, como o de São Paulo, pode desgastar prematuramente o sistema, de acordo com o diretor do Sindirepa, César Samos.O principal motivo de desgaste, no entanto, é o mau uso, como pegar rampas com o carro frio, não pisar fundo na embreagem ao trocar as marchas e dirigir sem tirar o pé do pedal.
“Quando a embreagem está desgastada, o carro começa a patinar, não sai do lugar em ladeiras ou para completamente”, alerta Samos. A única solução é trocar todo o sistema, diz ele.
Arrefecimento
No mesmo conjunto transmissão-motor, outro problema comum, especialmente em carros mais antigos, é o famigerado “motor superaquecido”. Isso acontece quando o nível do líquido de arrefecimento está muito baixo ou se é usada água comum no sistema. Para evitar o temido “motor fundido”, o ideal é trocar o líquido conforme estabelecido no manual do veículo. Além disso, é preciso tomar cuidado com o aditivo que irá colocar.
“Tem de ser um produto adequado. No mercado você encontra aditivos que vão de R$ 3 a R$ 30. O que muda? Alguns não atendem às normas técnicas de formulação, chegando a ser água com corante. Então, desconfie de preços muito baratos”, ressalta o diretor do Sindirepa. O líquido de arrefecimento é água destilada misturada a anticongelantes e antioxidantes.
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Saber usar corretamente câmbio e pedais da embreagem evita danos no carro (Foto: Divulgação) |
A troca do líquido, de preferência, deve ser feita em uma oficina, pois quem não tem experiência pode deixar uma bolha de ar no sistema, o que também danifica o motor. Se o propuslor funde, será preciso trocá-lo, inevitavelmente. Ele é a a peça mais caras do carro, ao considerar o conjunto.
Lubrificação do motor
A deficiência de lubrificação do motor também é causa comum de panes. O diretor da Associação dos Engenheiros Automotivos (AEA), Marcos Vinícius Aguiar, destaca que, geralmente, óleo errado e demora na troca do filtro são os dois fatores que mais prejudicam o propulsor.
“O óleo limpa e lubrifica o motor. Se não trocar o óleo, isso pode criar uma borra, que vai entupir a tubulação por onde passa. A falta de óleo em algumas partes faz com que aumente a temperatura do motor, prejudicando a combustão”, explica Aguiar. “Isso danifica comando de válvulas, tuchos hidráulicos etc. Dá para perder o motor por ausência de troca ou óleo errado”, alerta o especialista. Para saber qual é o lubrificante correto, basta seguir as indicações especificadas no manual do carro.
Pane elétrica
A pane elétrica é causada pela falta de manutenção de bateria e do alternador ou pela sobrecarga do sistema, causada por equipamentos eletrônicos colocados fora do projeto da montadora, como alarmes, câmeras de ré, vidros e travas elétricas. O sintoma mais comum do problema é a dificuldade para ligar o carro, mas o mau funcionamento de rádio, travas e vidros elétricos e alarme também são indícios de pane.
Para evitá-la, o conselho não é dos mais animadores. O diretor da AEA recomenda não instalar equipamentos que não sejam de série. E, caso o problema já aconteça, a saída é tirar os equipamentos que sobrecarregam o sistema elétrico ou que foram instalados de forma errada. Se esse não for o caso, será preciso trocar a bateria ou/e o alternador.
Os rádios e DVDs, principalmente, trazem problema maior porque em ‘stand by’, quando estão desligados, consomem energia, para manter o funcionamento da memória. Na maioria das vezes, esse consumo é muito alto, o que acaba com a bateria. “O alternador não dá conta. A pessoa pode até utilizar a mesma fiação original, só que o consumo elétrico desses componentes quase sempre é superior ao de um equipamento original”, explica Aguiar.
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